domingo, setembro 04, 2005

Anjo satânico (papel dobrado em dois)

Estava no bolso de um casaco, do tempo que ela catalogava livros e copiava coisas bonitas para me fazer feliz. Entregava como pequenos bilhetinhos de quase amor:

Adoração: Livro 1 pág. 292
“Olhei: na sala não se via um vulto. E sabes tu, neste fervor que assombra.
Como, ali mesmo, te prestei meu culto?
Foi de um crente o meu gesto de coragem:
Verguei no chão que te reteve a sombra,
Beijei o espelho que te vira a imagem!”
Anjo Satânico:
"Paixão celeste de quem vive mudo,
Orando e ouvindo o coração que brama.
Amor que é estrela, e é pássaro, e, contudo,
Foge do azul e roja-se na lama!"

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