sexta-feira, dezembro 31, 2004

Já vai tarde!
Todo final de ano diz isso, sem culpa como se fosse vítima do acaso.
Foram reviravoltas, 2004 começou com um pé na bunda mal resolvido que se estendeu até meados julho. Aeroporto e despedida. Terapia. O retorno a vida social e o beijo que não deveria ter acontecido, junto com uma porção de frases lacrimosas que transtornaram minhas certezas. Voltei a conviver com o fantasma materializado amigavelmente, foram dias bons. Perdoava aos poucos, e o peso ia ficando pelo caminho por onde a bicicleta passava. O último saco de areia caiu em dezembro, honestamente e em silencio com os olhos pequenos fitando os olhos de girassóis. O balão mais leve começou a subir, e olhar "as coisas de cima" ajudou a equilibrar as perdas. Neste balão estavam meus amigos, as cervejas geladas, as músicas boas para dançar, os livros, os filmes, e as surpresas de final de festa, tipo um "Bolero". Diversão, vandalismo, vandalismo light, tantos nomes para uma coisa só. VIVER SEM MEDO.

domingo, dezembro 26, 2004

Don't be afraid
Open your mouth and say
Say what your soul sings to you
Your mind can never change
Unless you ask it to
Lovingly re-arrange
The thoughts that make you blue
The things that bring you down
Can only do harm to you
So make your choice joy
The joy belongs to you
And when you do
You'll find the one you love is you
You'll find you love you...

Isso é perfeito demais para fazer qualquer comentário.
Enfim, dizer o que sente não dói.


Massive Attack - What Your Soul Sings
Adormece no ritmo da taquicardia segurando o patuá na mão direita.
As vozes falam mais baixinho, distantes do plano material. O umbral vai ficar para uma outra noite, hoje é dia de atravessar paredes.

sábado, dezembro 25, 2004

Natal com bolero e sandálias vermelhas. Ainda de ressaca, com calor e sono. Descobri que “vandalismo light” é extremamente saudável e não possui contra indicação. Pequenas doses no decorrer do período, ajudam o sistema endócrino e fortalecem a musculatura facial. Sem falar nos anticorpos honestos que transitam livremente nas gengivas.

domingo, dezembro 19, 2004

Os dias de paz se despedem em grande estilo.
A temperatura já assume 36 graus a sombra.
Os poros choram gotas salgadas, umedecendo os trajes de algodão de repousar.
Embaraçando fibras pesando ao corpo. As 3 hélices fazem um vortex quente e no olho do pequeno furacão ainda é frio, é lá que quero ficar.

sexta-feira, dezembro 17, 2004


A promessa já não é mais dívida.
Sensação de halls preto na garganta e ar gelado nas têmporas.

terça-feira, dezembro 14, 2004


Ao meio dia, a luz da primavera incidia noventa graus sobre seu corpo.
Leve bailarina ensaiava passos pequenos para que o sol pudesse acompanhá-la.
Desajeitado perdia o compasso, perdia o foco. Mas o sorriso metálico a deixava tão infantil que ele não resistia, e sem medo voltava a mirar sua coreografia carnal.

segunda-feira, dezembro 13, 2004

Honestíssimo my Lord

Coisas de Enrico:
“Basta que seja espontâneo! É simples.”
Tuas palavras estavam lá, acredite, eu lembrei o tempo todo.

domingo, dezembro 12, 2004

Noite das 3 festas:

1)Drink Free

2)Electroburaco

3)beija meus cílios.

quinta-feira, dezembro 09, 2004

Karma quente das pernas descruzadas no varal de peças íntimas usadas na noite anterior.
Retina tremula fotografa o que restou nas quatro paredes.
Registro do beijo hemoglobina.

quarta-feira, dezembro 08, 2004

mais 1 Drops?

Que bobagem, e você se preocupando com essas balinhas...
Mas eu juro que não sabia, que você tinha experiência com estas doçuras!
E você não lembra dos bombons recheados com Bigornas????
Sim....
Já comi vários.

segunda-feira, dezembro 06, 2004

Drops

Aceita uma bala?
Sim...
Só toma cuidado, pois tem recheio.
Mas que delícia, eu adoro essas que tem caldinho.
É que esta tem pregos... Trancam na garganta.
Tudo bem, eu já provei.

domingo, dezembro 05, 2004

Exatamente isso:

Deixo tudo assim,
não me acanho em ver vaidade em mim
Eu digo o que condiz
Eu gosto é do estrago
Sei do escândalo e eles têm razão
quando vem dizer
que eu não sei medir
nem tempo e nem medo
E seu eu for
o primeiro a prever
e poder desistir
do que for dar errado?
Ora, se não sou eu quem mais
vai decidir o que é bom pra mim?
Dispenso a previsão!
Ah, se o que eu sou é também
o que eu escolhi ser
aceito a condição
Vou levando assim
que o acaso é amigo
do meu coração
quando fala comigo
quando eu sei ouvir...

Los Hermanos - O velho e o moço ( Ventura )

sexta-feira, dezembro 03, 2004

O processo ainda é lento.
Seu frágil sistema continua ligado aos medidores de nível de vida.
Do outro lado da sala corações retraídos aguardam teu suspiro.
Se teu sorriso voltar prometo me comportar melhor.

segunda-feira, novembro 29, 2004

Deu vontade de pendurar meu saco de pancadas e calejar um pouco os punhos. Parado do mesmo jeito tímido, me fez perder a coragem, me fez chorar. Patético estar em frente daqueles 40 Kg e não conseguir dar um soco. Nenhum chute.
Falta mais do que força física. Falta “tranqüilidade”, noites de sono, controle remoto de sonho e abraço ao amanhecer.

domingo, novembro 28, 2004

O que me interessa é o que veste por debaixo da pele.
Se tuas mãos ainda respondem aos impulsos elétricos.

sexta-feira, novembro 26, 2004


Quando a única certeza se mostra diante de todos, percebemos a fragilidade da perda.
Mascaramos os medos e brincamos de ser deuses. A árvore está sendo arrancada com suas raízes. A ordem natural não ameniza a dor, não evita questionamentos.
Dos seus 7 filhos, vieram 20 netos, dos seus netos 12 bisnetos.
A única bagagem permitida ainda é o amor.

terça-feira, novembro 23, 2004

Correio


Recebi uma carta em formato de um mini livro, que na capa dizia: Suas cores belas.
Cheguei em casa na última Sexta feira, tinha acabado de fazer uma prova e a única coisa que eu queria era uma cerveja gelada. Meu querido pai brindou comigo mais uma cadeira da faculdade eliminada, quando tirou do bolso o pequeno envelope e colocou sobre a mesa, perto do meu sanduíche. Larguei tudo e abri , lembrei que faço isso a mais de dez anos, e sempre me emociono. É uma parte da minha vida quase que intocável, perfeita, com belas cores e matizes. Remetente, só poderia ser Fernanda Meireles. Toda a sutileza que o amor representa está impregnada em sua escrita, que as vezes fica levemente diferente quando troca de caneta. Seu presente chega em forma de passado, como um diário de bordo. As colagens completam as frases encaixadas, lego de 6 furos. As respostas para as perguntas que fiz aparecem como enigmas , soltas ao longo das páginas. Universo criado e alimentado a muita distancia. A saudade da tua presença rasga os meus tecidos cardíacos.

segunda-feira, novembro 22, 2004

Elektro Kardiogramm

Diversão de Domingo
Vácuo da carroça no roller descoordenado
Rolando na Ipiranga sangue no cotovelo
A bicicleta segue tranqüila no túnel de vento.

Como diz minha amiga Fernanda, "felicidade é um relógio sem ponteiros..."
Como é possível se perder tempo com orgulho????? Presenciei uma cena triste no final de semana, pessoas que se gostam jogando os segundos fora, elogiando espinhos e deixando de aproveitar o que o momento proporcionava. Depois não adianta agir como se ainda houvesse areia na ampulheta, e muito menos depredar ponteiros. O chamado "Senhor de tudo" caminha em uma só direção, correr só vai cansar .

sexta-feira, novembro 19, 2004

safe from harm

Quero apenas beijar seu lábio superior, segurar teus ralos cabelos da nuca e dizer que não te amo. Apenas solicito dos teus prazeres quando acho necessário. Saliva salgada, ásperas tentativas de carinho, somados a tua indelicadeza, total = “o de sempre!”

Mais músicas...

Me pergunto porque Massive Attack ataca meu corpo inteiro, me solubiliza como solvente.
Semelhante dissolve semelhante. Leis da química. E viva Unfinished Sympathy e todas as suas possíveis versões!!!!!!!!!!!

Valeu Antonio! Todos deveriam ter um patrão assim...

quarta-feira, novembro 17, 2004

No último sábado eu e Cris falávamos sobre músicas cortantes. Entre Placebos, PJ´s e Cure´s, lembramos dessa:


Come up to meet you, tell you I’m sorry
You don’t know how lovely you are
I had to find you, tell you I need you
Tell you I set you apart
Tell me your secrets, and ask me your questions
Oh lets go back to the start
Running in circles, coming up tails
Heads on a silence apart

Nobody said it was easy
Oh it’s such a shame for us to part
Nobody said it was easy
No one ever said that it would be this hard
Oh take me back to the start
I was just guessing at numbers and figures
Pulling your puzzles apart
Questions of science, science and progress
Do not speak as loud as my heart
Tell me you love me, come back and haunt me
Oh and I rush to the start
Running in circles, chasing our tails
Coming back as we are

Nobody said it was easy
Oh it’s such a shame for us to part
Nobody said it was easy
No one ever said it would be so hard
I’m going back to the start

Coldplay - The Scientist

terça-feira, novembro 16, 2004

Antes uma perna quebrada, do que um coração engessado.
No caminho tinha um pequeno galho tropeçar foi acidente.
A pedra ocupa muito espaço, sufoca os poros da razão.


domingo, novembro 14, 2004

Com a proximidade das festas de final de ano, os enfeites de natal já começaram a ser espalhados pela casa. Montando a árvore, eu, meus pais e minha irmã, escolhíamos as pequenas esferas coloridas e bonequinhos, aleatoriamente da caixa de sapatos. Até que peguei um pequeno anjo, mas ele estava sem um dos braços, e claro foi renegado para ficar na tal árvore.
Mas ele foi parar no meu quarto, e vai ficar por aqui por um bom tempo. Apesar do discurso da minha irmã, “ele está sem um braço, depois não reclame se ele não conseguir cumprir com as tarefas que você pedir...” Simpatizei com seu sorriso e as asas continuam intactas, detalhe, ele é feito de madeira e sua cor é vermelha.

Saturday Nightmare

Quando a festa se resume em algumas palavras; lascivas, perdidos, música boba, gatas quartudas, penteado escovinha, bozo e guaraná, o final é pontual, 2:30 AM . Realmente era melhor ter ficado em casa, o dvd do The Cure não tem contra indicações, evita pesadelos.

terça-feira, novembro 09, 2004

Refém de um zíper.
Embalando para presente o que não mais te pertence.
Invólucro de seda
Coloque o laço e entregue para aquele que não sabe admirar a tua leveza, muito menos a sombra das tuas poucas curvas.
Que te trata como um divertimento dispensável, porque não consegue perceber quando as tuas pupilas ficam dilatadas.
Perdoa meus olhos, pois ainda não consegui fecha-los.

segunda-feira, novembro 08, 2004

Tinha que ser assim

Ainda em estado de torpor...
Confesso que não coloquei meus pés no chão, a imagem dos 4 senhores impecáveis em seus ternos alinhados, preto e vermelho, permanecem cravadas na minha mente.
Sem falar que na noite seguinte, ela também estava vestida de vermelho.

quinta-feira, novembro 04, 2004

Em virtude de um contratempo de 4 dias a contar a partir dessa Quinta feira, encerramos temporariamente comunicação com a base “tóxica”. Rumo em direção aos robôs e a dama elegante de vocabulário sujo.
Em breve novidades escarlatinas...

quarta-feira, novembro 03, 2004

Trilha Sonora

...Forgive my selfishness
I'd be grateful if you can
Forget my ingratitude
You think I'm twice the girl I am
They say we should forgive
But not forget
What has gone before
I refuse to replay
The mistakes that we made yesterday...

Oi Va Voi - Yesterday´s Mistakes

terça-feira, novembro 02, 2004

Equilíbrio

A Química que nos envolve é fácil,
sendo que não sabemos o que fazer
com as equações de oxi-redução.

sábado, outubro 30, 2004

Criado mudo ostenta um belo abajur de formas bizantinas e grilhões oxidados.
Os pulsos finos sofrem e sangram, as correntes ajudam a falta de ar, se contorce e ergue os braços, abre as pernas, chama o nome daquele que já partiu, chora.
Suplica o contato, se aproxima sussurrando monossílabas, coloca um dos braços ao redor da minha nuca, sinto o peso dos elos antigos, ferro maltratado pelo passar do tempo. O beijo é saliente, demorado e faz cansar o maxilar.
Tua retina não tem mais espinhos e minhas cicatrizes não coçam mais quando eu adormeço.

segunda-feira, outubro 25, 2004

Só há uma vontade absurda de atravessar as paredes.
Troca teu beijo pela minha arritmia cardíaca??

sexta-feira, outubro 22, 2004

Caminho interrompido de transtorno bipolar, forma a fila dos desajustados que sofrem do mau adquirido, herança dos espirais de DNA . Faltam pares, sobram cromossomos. Eu não sei contar até 23, parei no 11, já está de bom tamanho.
O medo de abrir as janelas mantém o sala escura.
Conforto premeditado evita constrangimentos e não atiça os lobos.
A rua continua infestada de delicados pecados.
Não rezo mais o seu terço e não dependo mais da sua aprovação.
Se não há cura, há bálsamo.

quarta-feira, outubro 20, 2004

Você me amou como a uma nuvem, não como a uma sombra. Joca Reiners Terron

Essa belíssima frase é o desfecho de um conto, Na Medida do Impossível do Sr. Joca Terron. Acordei com ela martelando a minha cabeça.

segunda-feira, outubro 18, 2004

Sleeping With Ghosts II

Apenas um movimento sutil e rotineiro para desabotoar sua armadura.
Sabota minha ingenuidade, coloca minhas artérias em colapso.

domingo, outubro 17, 2004

Sleeping With Ghosts

Madrugada de Domingo.
Eu, você e Molko.

The sea’s evaporated
Though it comes as no surprise
These clouds we’re seeing
Their explosions in the sky
It seems it’s written
But we can’t read between the line
HushIt’s okay
Dry your eye

Dry your eye
Soulmate dry your eye
'Cause soulmates never die

This one world vision
Turns us in to compromise
What good’s religion
When it’s each other we despise?
Damn the government
Damn their killing
Damn their lies
Hush, It’s ok
Dry your eyes


Soulmate dry your eyes
'Cause soulmates never die

sexta-feira, outubro 15, 2004


Ainda não achei sentido para diálogos noturnos em ônibus de faculdade. Você senta estrategicamente no fundão, pois já está praticamente lotado e por falta de baterias no discman é obrigado a ouvir as conversas das 22:47.
O assunto era sexo, detalhe, as pessoas não se conheciam porque as vezes rolava a típica pergunta; ... mas fulano, como é teu nome mesmo??!...O melhor foi quando começou o discurso do Sr. Bom de cama: ... mas entre 4 paredes tudo é permitido...
Foi uma aula fantástica sobre posições, uso da língua e tudo que se pode imaginar seguido de risadinhas e muitos hormônios, durante intermináveis 35 minutos. Eu queria ser Michael Douglas em Um Dia de Fúria.

quarta-feira, outubro 13, 2004

Caramelo colosso contaminado de doçuras infantis.
Algodão embaraçado no vento derrete na boca.
Junto com 500mg de substâncias viciantes, merendinha esquizofrênica.
A saliva viscosa de açúcar, dissolve lentamente o pequeno amargo. A língua distribui a massa delirante, que encontra o seu caminho.
Existe luz no fim do túnel. Ela desce agora na sua traquéia.

sábado, outubro 09, 2004

Acordou na casa de Miguel, por conta da noite anterior.
Partiu uma de suas asas enquanto apostava uma corrida com Lúcifer.
Aquele considerado “caído”, de asas podadas pelo Poderoso venceu sem trapaças.
Rafael com todo a sua envergadura tombou, imaginava que o percurso era retilíneo.A reta final era uma curva.

sexta-feira, outubro 08, 2004

Falta pouco para os robôs e a Sra. Harvey.

quinta-feira, outubro 07, 2004

Paciência tibetana para encaixar peças assimétricas.
Conselho de silêncio profundo.
Já explodiu faz tempo.
Nem mesmo os suplementos a base de zinco podem te salvar.
Carrasco sintético, neurônios em batalhas por sinapses perfeitas.

terça-feira, outubro 05, 2004

O silêncio é a espinha atravessada na garganta.

quinta-feira, setembro 30, 2004

Eletroprovadesastre

A professora concebeu a prova durante a TPM. Descobriu que o melhor é fazer os alunos terem cólicas. Quase trinta criaturas se contorcendo. Soberana sentada em sua classe maior, passa a mão sobre o ventre e não dá nem sinal de arrependimento. Apenas suspira...

terça-feira, setembro 28, 2004

Ensinamentos de Cartoons

Cada farelo muito bem distribuído:
Um para você, um para mim; dois para você, um dois para mim; três para você, um dois três para mim...

sábado, setembro 25, 2004

Videbula

Cápsulas de conteúdo suspeito.
Importante não cortar o efeito.
Abóbora Ritalina.

quarta-feira, setembro 22, 2004

Santinha do Pau Oco

O altar das divindades.
Aquela imagem de santa com seu véu.
Encobrindo patinhas de cabrito e quando as velas são acesas, os olhos barrocos ficam avermelhados e os chifres salientes.
A sombra ainda engana.
O rabo em seta balança feito corda para infantes brincarem.

terça-feira, setembro 21, 2004

Para quem fica

Hora mágica. 23:23, hora de partir!
Dessa vez não precisa olhar para a esquina, a cidade inteira já está queimando. Você vai deixar pedaços, confetes de suas alegrias e o som do teu caminhar. Aquele jeito leve de saber se movimentar, de entender o próprio corpo, da linguagem da pele. Quem não vai lembrar das tuas curvas lascivas coloridas, salpicadas de maresia, infestadas de más intenções?? Do olhar sem ângulos, de negras esferas sinceras que te enfeitam. Não haverá saudade. Teu legado é muito maior.

segunda-feira, setembro 20, 2004

Trio Ternurinha

Ela não sente mais o coração. Carrega seus próprios talheres por questões de intimidade; o garfo, a faca e a colher. Não tem a mínima vergonha de desenrolar do veludo negro, enquanto o jantar ou o almoço é servido em um lugar qualquer.
Seus fiéis companheiros, à noite eles conversam sobre o que vale permanecer ao lado dela. O garfo escolhe, a faca destrincha e a colher apenas cava buracos para enterrar os restos.

domingo, setembro 19, 2004

Feriado

Lígia é o nome. Amarelo Manga é o filme.

quinta-feira, setembro 16, 2004

Estratégia

Trate de esconder essas pernas, essa maldita mini saia atrapalha meu campo de visão.

terça-feira, setembro 14, 2004

Amor

Não se trata de um carnaval, muito menos de tempestades em pequenos compartimentos de colocar líquidos. É apenas espontâneo.

Freelove

Terça, chuva, volume 50 na 29 polegadas e David Gahan canta:

"And I'm only here
To bring you free love
Let's make it clear
That this is free love
No hidden catch
No strings attached
Just free love"

domingo, setembro 12, 2004

Ainda coçam?
Mais ou menos, tem dias que ficam avermelhadas.
Sei...
E por acaso você lembra qual foi a última?
Melhor não falar sobre isso.
Por que?
Porque ainda dói.

Verão 82

Se pudesse voltar no tempo, estaria embaixo da parreira de uvas, com as abelhas zunindo e meus brinquedos favoritos. A pilha (aquela que tinha um gato preto), o cadeado (que se chamava Batista) e o jipe azul.

quarta-feira, setembro 08, 2004

Organizando meu quarto, encontrei uma fita cassete que havia gravado a trilha sonora do The Lost Highway. Angelo Badalamenti, Trent Reznor, David Bowie, Jobim e Smashing Pumpkins.
Só consegui ouvir um lado da fita, era um bombardeio de lembranças que foi melhor trocar a fita pelo cd Radiohead, se é para doer faça logo sangrar.


That there
That's not me
I go
Where I please
I walk through walls
I float down the Liffey
I'm not here
This isn't happening
I'm not here
I'm not here
In a little while
I'll be gone
The moment's already passed
Yeah it's gone
And I'm not here
This isn't happening
I'm not here
I'm not here
Strobe lights and blown speakers
Fireworks and hurricanes
I'm not here
This isn't happening
I'm not here
I'm not here

segunda-feira, setembro 06, 2004

Sabor Cólera Agridoce

A mão se estendeu e a palma se abriu, deixando os dedos em linha reta na minha direção.
Esboçou um sorriso de poucos dentes e falou seu nome, como se eu já não soubesse seu nome. Lembrava sempre das capas de literatura barata, eróticos para senhoras de meia idade de papel jornal. Estiquei meu braço e segurei firme, olhei nos olhos e não sorri. Momento único, lembrei dos telefonemas na madrugada, lembrei dos e-mails de poesia chavão, assinados com abreviações dos tempos modernos "Tamo" e da foto do palhaçinho. O sangue veio nas amígdalas, preencheu minha boca ao ponto da minha língua boiar sobre o líquido quente. Apertei com toda força aqueles dedos que estavam sobre o meu poder, e aconteceu o esperado. Um grito suficiente alto para que a boca ficasse aberta, o vômito de hemoglobina jorrou para o lugar esperado. Os poros absorviam tudo o que não foi por via oral, parecendo um imã venoso. A sangria estava completa. A dor, a mentira e o sarcasmo, voltaram para casa.

Mateus 5:29 Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti; pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que seja todo o teu corpo lançado no inferno.

domingo, setembro 05, 2004

A futilidade pariu sua cria. Bela , astuta, mas vazia.

sexta-feira, setembro 03, 2004

Extraordinário mundinho cultural, você faz parte?
Acho divertido a fauna de mudernos espalhados pela cidade, com seu hábito de beber espumantes ao invés de champagne. De achar que todo poeta da nova geração, ostenta um topete ou um cabelinho despenteado, esculpido com cera importada desses lugares que penteiam pessoas. Que se divertir, é passar mais da metade da noite abraçando supostas celebridades, que escrevem para o pasquim da cidade e claro registrando tudo na digital. Que as melhores festas, são aquelas que tocam só anos 80, e se não tocar "menina veneno" o DJ é sem noção. Lançar moda, é usar acessórios que sua bisavó usava na adolescência. Escutar louge music (não é Brian Eno) e sentar em almofada inflável é uma delícia. E finalizando as citações, até porque são diversas, dizer que estava em SP à trabalho mas estava morrendo de saudade da terrinha.

quinta-feira, setembro 02, 2004

Garganta Afiada


Estigmatizada pelo pai, decidiu que quando se tornasse adulta faria facas.
Seus ossos se alongaram e sua pele esticou. Estudou a ciência das formas e foi parar na cutelaria mais importante da província. Sua familiaridade com as lâminas admirava a todos, ganhava adeptos por onde passava, se sentia protegida no meio de todo aquele aço carbono.
Até que um dia, levou para casa uma de suas criações. Colocou sobre a cama, encostada no travesseiro de seu único amor. Fez das minhas roupas bainhas para o seu punhal

Porta Retratos

Enfim, acabou! Aquelas brigas de segunda -feira, de quem perdeu o sorteio.
Quando imagino de não ter que olhar para a cara daqueles atendentes, no balcão de vidro trazendo aqueles envelopes coloridos. E pensar que a cada semana era um estabelecimento diferente. Como era cansativo, andar por aqueles bairros distantes. Frescura sua, que achava que iriam marcar a nossa fisionomia. Me lembro da cara daquela senhora, que usava uma medalhinha de santinho, quando me entregou o pacote vermelho, e eu resolvi conferir. Ela falou entre os dentes, algo “aqui não, por favor!”. Aí eu comecei a crer, o quanto se tornavam perigosos os nossos finais de semana. Mas o pior mesmo foi quando você voltou das férias, 30 dias no Rio, 3 dias no meu quarto, 72 poses de Kodak ultra , ultramente pornográfico. E a sua prima era a mais nova atendente daquela lojinha da esquina, e você fez questão de ir pessoalmente buscar, afinal eu tinha matado aula para levar os registros das últimas 72 horas de nossas vidas. E vai dizer que você conseguiu esquecer aquela frase sonora, “saíram todas as 72 fotos”, junto com o sorriso da sua prima balançando aquele pacotinho vermelho?
Mas como cansei dessa vida de peregrinação reveladora fotográfica, acabo de presentear-me com um brinquedinho digital, 5 mega pixel para ilustrar todos os detalhes, cartão de memória que pode ser apagado, tecnologia a serviço do prazer. Só não inventa de querer fotolog!

sábado, agosto 28, 2004

Sodomia Drink Dance

Abram as suas niqueleiras e joguem suas moedas!
São 3:16:70 AM, começa a busca por algo que alimente os poros. Corrosivos olhares são distribuídos a quem passar, mais um gole do aditivo para manter-se firme e não se assustar. O cara do canto direito, faz malabarismo com as tetas do corpinho que arranjou.
Forma-se o corredor polonês, enquanto a Valentina desliza entre quatro mãos e duas línguas nervosas. Recolha a sua espada e volte para casa, levante dos degraus pegue sua taça e olhe pela última vez, antes que se transforme em uma estátua de sal.

sexta-feira, agosto 27, 2004

Espiras Salientes

Tudo se explica no magnetismo. Você um solenóide, eu um corpo com elétrons desordenados, que tentam se alinhar as tuas linhas de força. Entro e saio, degenerando teus tecidos e inflamando as tuas mucosas. Paro apenas quando você desliga seus contactores.
A regra diz que a corrente sai do Norte para o Sul, mas prefiro acreditar que ainda sei a direção dos teus pólos.

terça-feira, agosto 24, 2004

Carcaça

Horas depois vem o comunicado, tudo havia transcorrido de forma esperada.
Perfuração no pulmão esquerdo , rompimento do baço, perda do globo ocular, hemorragia interna, e as múltiplas fraturas.
O irmão caçula o observa e aponta para o leito, dizendo: "ele parece um gafanhoto".
A tia dá um beliscão de advertência, mas mesmo assim o irmão do meio com seu olhar caolho, suas pernas devidamente tracionadas, com hastes e parafusos cravados sobre a pele, sorri e alisa com satisfação seu exoesqueleto de titânio, agora eu sou um deles.

domingo, agosto 22, 2004

sleep to dream

Borderline adormece em paz.
Larga essa tesoura, deita na cama, que amanhã eles te dizem sim.
Confessa as tuas neuras no meu tímpano rasgado, enquanto eu abro o zíper do teu umbigo.

sábado, agosto 21, 2004

Anel Benzênico

Prende entre as pernas a respiração e olha para a esquina em chamas.
Não adianta correr, as malas eram tão pesadas e cheias de retalhos que foi melhor queimar. Junto ao teu corpo coloquei aquelas flores de plástico que eu mesmo fiz. Mas aquelas com cores desbotadas eu escondi, e quando começar a derreter você vai perceber os anéis benzênicos flutuando, eles não se desmancham, a ressonância impede, eles são fortes. Mais do que eu.

geladeiras

A discussão é simples. Pessoas "frias", Prosdócimo. Pessoas "extremamente frias", Brastemp.
Já aquelas criaturas que se calam para manter a pose, não passam de um frigobar de Motel, que não gela nem uma cidra, e ainda por cima só serve para exibir camisinhas ultravioletas sabor melância selvagem musicada(valsa de 15 anos), recomendada para os Titios e suas garotas modernosas.

Tormenta

Sete cálices de pura fermentação orgânica, corrente sanguínea com elos aleatoriamente separados e nanosegundos para a distorção do que poderia ser uma leve saudade.
A boca entre aberta aceita o beijo, cola a língua nas minhas gengivas e adormece solitária.