domingo, novembro 04, 2007

Lírio

A festa acaba. Em passos nada firmes alcanço um veículo que me leve para casa. Dentro dele, peço para abrir as janelas, vento na cara para secar a retina.
No silencio durante a subida da lomba do cemitério vem uma frase solta, iguais às flores avulsas que se pode comprar para os mortos, ao invés de coroas ornamentadas com dizeres de profundidade rasa. Então o homem no volante mira a minha pose de insatisfação com a vida e afins e diz: “Ainda não é o seu tempo, é melhor chorar mesmo, os mortos vivos andam pela cidade, em breve se tornaram fantasmas, seres invisíveis.”.

2 comentários:

Diego. disse...

acertou a mão no texto! muito bom!

bjs

Ana Paula disse...

Que bom que apreciaste...
um beijo grande!