quarta-feira, agosto 03, 2005


Quando perdeu o primeiro dente de leite, colocou um espelho no bolso.
Admirava a falha que ainda tinha um gosto estranho.
Sem uma parte do corpo, pensava que poderia crescer qualquer coisa, menos um outro incisivo.
Na tarde, junto com outros pequenos, inventou a possibilidade de aparecer um tentáculo de polvo na sua boca. Um belo dente de sabre. Foi mais longe, lembrou dos tubarões, crocodilos, rinocerontes, golfinhos, pois estes sim, sempre sorriam. Terminada a fábula os infantes gritavam, agarrados nas pernas de suas mães, temendo a chamada do Dr. Alicate. Feito o caos, Lia fecha seu pequeno livro de mamíferos e outras raças, senta na cadeira e espera a aplicação de flúor.

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